segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Nosso projeto experimental consiste em um livro-objeto destinado ao público infantil em fase de alfabetização, com idade entre quatro e cinco anos. A dupla escolheu esse objeto de estudo devido ao grande interesse por livros e também pela observação do mercado editorial, pois nota-se que a modalidade livro-objeto não é utilizada, comumente, para fins didáticos.

O livro-objeto, por sua vez, configura-se em uma obra singular e geralmente de estrutura única. Segundo a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, livro-objeto é o “objeto tipográfico e/ou plástico formado por elementos de natureza e arranjos variados”. Por possuir uma característica fortemente plástica, o livro-objeto vai além dos padrões de narrativas conhecidas e explora não apenas o sentido da visão, como também o estímulo dos outros sentidos, levando o leitor a ser um manipulador e co-autor da obra, ao dialogar e interferir, modificar e experimentar, interagindo com a mesma.

Pretende-se investigar se o livro-objeto, por ser aberto à manipulação, pode aproximar o leitor da obra; exibir as suas potencialidades em relação à comunicação com o público-infantil e, acima de tudo, experimentar um formato diferenciado para o livro infantil. O estudo tem como base geral os conceitos de livro-objeto, leitor, interação e obra aberta.

Nosso relatório técnico-científico estrutura-se em duas partes, sendo a primeira parte dedicada aos pressupostos conceituais, e a segunda parte dedicada à pesquisa e produção do livro-objeto em si. Os principais autores tomados como referência teórica são: Roger Chartier, Paulo Silveira autor do livro “A página violada: da ternura à injúria na construção do livro de artista, Vera Casa Nova e Umberto Eco.

Sobre os conceitos norteadores de nosso projeto, podemos afirmar que a interação é bastante relevante para nosso objeto de estudo, por se tratar o livro-objeto de uma obra que rompe com as formas tradicionais do livro, extrapolando seu conceito e propiciando intervenções por parte do leitor / receptor. No livro-objeto, por não existir a necessidade da leitura linear, com começo, meio e fim na narrativa, o leitor passa a ser um articulador, um ser fruidor da obra.

O conteúdo temático abordado é a percepção visual, a qual é trabalhada através da palavra, cor, forma, detalhe, expressão e tamanho. O alfabeto é utilizado como elemento estético nas peças. Há a junção de signos verbais e não verbais (visuais). A decisão sobre esse universo temático foi baseada na análise de livros didáticos adotados pelas Redes de Ensino Público e Privada da região metropolitana de Belo Horizonte. O livro tomado como referência de sumário pertence à editora Quinteto Editorial, intitulado “Construindo na pré-escola: integrado 2”, cuja autora é Elinéia Almeida, e que é utilizado para a alfabetização de crianças entre 4, 5 e 6 anos.

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